segunda-feira, 24 de setembro de 2012

(enquanto ele segurava a secreta receita dela de carne assada) O amigo pergunta-lhe:
A: O que é que tem aí?
Ele: É a receita de carne assada que ela guardou em segredo este tempo todo, e como sabemos que a vida não dura para sempre, hoje ela escreveu-a num papel para eu a guardar.
A: E como é que ela está? Ela tem muita força e já deu muitas provas disso!
Ele: Eu sei. Sabes hoje tivemos aquela con
versa.
A: Qual conversa?
Ele: Hoje ela confessou-me que foi ela que perdeu os passaportes quando iamos para méxico, e eu confessei que quando estava na gerra não me fazia de forte e frente e todos pois eu morria de medo de lá estar, falamos dos nossos momentos de ternura, ela contou-me que me adora fazer rir e eu disse-lhe que ela foi a melhor coisa que me aconteceu em toda a minha vida.
A: Coragem!
Ele: E tu? Pensa que amanhã pode ser tarde para lhe dizeres o que estas a senti, não a deixes fugir porque podes nunca mais ter a hipótese de a recuperar... (enquanto conversavam ela fechou os olhos, deu um suspiro e partiu)

MJM 
"Hoje deu vontade de chorar, e eu só queria um colo para encostar a minha cabeça e fingir que o mundo lá fora não existe. Hoje eu queria um abraço daqueles que te sufoca de tão apertado e ao mesmo tempo te protege de tudo." Hoje só queria sentir uma dor menos doída no coração. Hoje eu só queria ver-te deitar e pular para cima de ti. Hoje só queria chegar à tua beira vinda da rua e dar-te um beijo 
gelado de boa noite. Hoje só queria pegar nos testos e nas colheres de pau e pô-los a fazer barulho. Hoje apetecia-me agarrar-te e fazer-te correr, ouvindo te dizer " pára, pára, pára". Hoje...pode não ser o amanhã. Hoje eu só queria que me conhecesses, amanhã vou chorar porque não te lembras de mim. Hoje vou amar-te e amanhã também vai ser assim! Amo-te*
     Eu podia mentir mas a saudade não deixa, só me resta o silêncio e a ausência de luz. Hoje senti que já não estavas mais aqui. Foi então que percebi o quanto me custa a tua ausência. As vezes que já sonhei em ter-te aqui fazem-me cada vez mais querer procurar-te estejas tu onde estiveres. O telefone não toca, as cartas não chega e a ultima vez que eu te vi estavas a dormir, no teu sono profundo eu espero que acordes e que me abraças enquanto me sussurras ao ouvido que me amas. Sabes à quanto tempo não o fazem?
   
      Desde que adormeceste..
     Encontrava-se deitada a dormir o seu sono profundo quando a chuva lá fora e o desenfrear do vento a fez acordar sobressaltada, olhou na escuridão em seu redor e só via o vazio e o respirar de quem com ela dormia nessa mesma noite. Os seus pensamento sobrevoaram para bem longe daquele quarto quente e foi de encontro à sua alma, a sua alma estava de igual forma suja. Ele teve outra vez as suas ideias peregrinas,  teve uma nova recaída enquanto meditava. Sozinha. Era assim que ela se sentia sempre tentava pôr termo à vida, uns dias por cobardia outros por consciência ela vivia apavorada e com medo por detrás de uma vida ensaiada antes de as cortinas fecharem.
     A sua carapaça era surpreendente. Ela conseguia enganar a todos até aqueles que a amavam ou diziam senti-lo, mas de que lhe adiantava ser quem não era? Ela não era forte, orgulhosa, convencida. No fundo ela só tinha medo, tinha a auto estima desvalorizada e tinha consciência que tudo o que fazia era para fazer com que os outros pudessem gostar dela.


     De que adianta sermos quem não temos por dentro, se no aconchego, no recanto somos puros...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

dois mil e onze




Dois mil e onze, um ano de transformação. Se à um ano atrás me perguntassem se era isto que eu estava à espera para dois mil e onze, prontamente e de forma clara eu diria: ''NÃO!''.
Marcado por um começo bastante atribulado, diria até dissimulado, sem sentido quero eu dizer. Chorei como nunca havia chorado antes, sofri por amor mas o mais importante é que cresci e aprendi que no amor o hoje pode não se o amanhã e o amanhã pode perfeitamente ser hoje e até mesmo «sempre». Agarrei-me de forma a ignorar o que estava à minha volta, a vida. Esta que tinha deixado passar nos três meses antecedentes, arrependimento? deito para trás das costas, sou a primeira a defender a célebre frase '' não devo arrepender-me do que fiz, mas sim do que deixei para fazer''. As pessoas aprendem com os obstáculos que têm de ultrapassar, com a ajuda daqueles que nunca me viraram as costas e já lá vão os anos superei bem depressa, mais do que estava à espera, cheguei a pensar que estava a ser fácil de mais. O ano prosseguiu, consegui de certa forma deixar os meus pais orgulhosos de mim, afinal o primeiro ano de universidade, uma experiência nova corria melhor do que esperava. Aprendi a gostar da minha escolha, e a fazer dela o futuro. Hoje, sinto-me feliz. Como caloira, vivi como antes nunca o tinha feito, aprendi a olhar por mim mas a cima de todo sempre em mente que todos juntos somos muitos, ali «somos um» aprendi com os melhores e hoje ''ensino'' o que com raiva, determinação, coragem, medo, lágrimas e muitos outros substantivos que poderia referir, praticando.
Juntei-me ao ''grupo'' - Família, tuna feminina da universidade Portucalense onde apliquei o espirito de inter-ajuda que sempre fui habituada a lidar no meu dia a dia, ali sem máscaras e com a vantagem de juntar uma das coisas que mais gosto de fazer, cantar, depois de fazer por ser FELIZ claro. Inicialmente sentia uma ligação que a pouco e pouco se foi desmoronando, dizem-me que é normal e que toda a gente passa por esta fase, mas não era esta a ideia que eu tinha nem a qual me impulsionou para me juntar a elas. Aqui está bem presente, que o hoje pode perfeitamente não ser o amanhã. As pessoas evoluem, umas sem deixarem de serem quem são outras esquecendo-se do que um dia já foram (mas isso guardo para saber em 2012). Foi sem dúvidas um dos melhores momentos do ano (vida) desde as atuações, as coreografias, os abraços, as praxes, o espirito, a amizade, a subida a caloira tudo com o seu lugar. Um dia eu disse, ''há coisas que não se explicam por palavras, sentem-se'' e esta é uma dela. Obrigado meninas por fazerem parte de um pequeno pedaço de mim.
Tive o meu momento de reflexão deixando para trás algumas coisas que eram bastante importantes para mim, mas hoje agradeço ter tomado essa decisão porque só me tornou mais forte para continuar e aos dois anos puder juntar ''mais'' um.
Um ano de muito trabalho.
Férias, aproveitadas até ao último raio de sol. Se não foram as melhores, foram sem dúvidas das melhores. Trinta e cinco dias no sul? Toda a gente devia experimentar!! Como sempre momentos com os ''de sempre''. Amizade que fortalece a cada dia, mesmo que a ausência seja sentida, sei com quem posso contar. Se eu cair, não fico muito tempo no chão!
O inicio de um novo ano da universidade e mais uma etapa para conquistar, só agora está a começar mas em 2012 promete.
O mais importante, e que já havia descartado à muito tempo foi a (re)descoberta do amor. Se eu achava que seria possível? Não. Às vezes ainda dou por mim a pensar se não passa de um ''sonho'' pode parecer piroso, mas não encontrei palavra mais correta para o que estou a sentir. Eu voltei a acreditar, e sabe bem acordar assim.
Mais um ano a terminar, experiências completamente novas, pessoas diferentes, história sem um final feliz, gestos na hora certa, palavras que tocam, momentos iguai, momentos diferentes, as mesma pessoas, um novo objectivo uma história nova. Assim se resume (muito resumidamente) a narração de um ano cheio. Sim, «cheio» parece ser a palavra correta para o dois mil e onze.


Com os de sempre e para sempre. Mais um ano.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Eu cresci, eu cresci depressa demais.


Não quero ser heroína. Tive de crescer, fui obrigada a crescer. Enquanto lá fora as crianças brincam com bonecas e carrinhos e têm uma mente lavada eu tive de crescer. Enquanto os meus amigos vivem sem grandes preocupações a minha mente está cheia delas, enquanto hoje a noite é para dançar eu danço mentalmente.


A vida prega partidas e a grande vitória é conseguir sair delas com a impressão de dever cumprido, sou uma mente de sorriso na cara sempre pronta a ajudar o próximo e nunca deixando de dar a mão a quem dela precisa. Hoje sou eu quem precisa de uma abraço, de uma palavra, mas elas chegam de uma maneira que soa bem ao ouvido mas que no fundo eu não o quero ser, ''tu és uma heroína''. Eu não quero ser uma heroína quero viver no meu tempo.
Parece-vos egoísmo eu querer viver no meu tempo? A vida desde a chegada deles deu uma volta tão grande que eu já nem tenho a capacidade de voltar atrás e saber como era viver sem sentir que sou precisa ali naquele momento e que se falhar a culpa vai ser minha pela desunião, pelo próprio medo e pela vontade de viver. Cada vez é mais difícil compreender quem não tem a capacidade de perdoar, as pessoas erram, as pessoas manipulam, as pessoas mentem, as pessoas envelhecem, as pessoas não mudam, as pessoas acham-se o centro da razão, as pessoas não sabem perdoar mas isso não pode ser desculpa para que eu não o faça. Porque saber perdoar é saber crescer enquanto ser humano. Eu perdoo. Eu faço de conta que não ouço. Eu viro a página. Eu abraço. Eu dou amor. Mas porquê, eu e sempre eu? A minha mãe diz que é a minha obrigação, mas eu não pedi isto. O meu pai acha que faço bem, mas eu queria fazer-lo sem sentir que estou a ser obrigada. A minha irmã não se importa e acha que a arrogância a vai fazer vingar e crescer (eu acho que ela deixou de crescer quando tinha 10 anos) e a outra irmã é o elo mais fraco e por isso tem de ser preservada, isto é, alheia do que está a acontecer. No meio de isto tudo sobro eu, que ouço de um lado, ouço do outro e do outro, vejo o que se passa e tento remediar a situação usando as palavras certas nos momentos certos mas elas não são o suficiente no mesmo instante são praticadas de outra forma e isso magoa. Eu cresci, eu tive de crescer. Eu só queria uma semana como era o antigamente, ter tempo para olhar o espelho e pensar hoje o dia vai ser bom e não vai faltar tempo para tudo. Agora não é assim e está longe de ser, eu acordo e quando me vou deitar só penso que não tive tempo para nada e fiz tanta coisa. A vida é assim. E eu cresci depressa de mais. Hoje sou mãe, pai, irmã (que acha que tem razão), avó, avô, protetora e porque é que não sou filha, neta, protegida e irmã apenas.

Porquê?

sábado, 1 de outubro de 2011

Eu quero...e (não) vou conseguir.


Um dia ele vai descobrir...
um dia ele vai descobrir quem é o amigo que lhe falei. (Eu disse-lhe em tom de conversa.) Quando esse dia chegar eu já não sou nada para ele e ele vai continuar a ser tudo para mim.

Como se isto fosse assim, passam-se meses e nada muda, como ele disse no passado - '' tu não me consegues odiar''. O pior (penso eu, quando tenho pensamentos abstratos) é que não consigo mesmo.
Só quero ter a força do vento, ter a força do vento para levar embora esta poeira que se cravou na alma e não me dá liberdade para amar.
Eu quero.
Eu desejo.
Eu sei...que vou conseguir amar (de novo).
Nesse dia espero não meditar ''foi tarde de mais'', tarde de mais.
Nesse dia terei a certeza que as feridas estão saradas e que a definição de homem (para mim) está pronta para ser redefinida.
Eu não quero segurança,
quero paixão,
quero o bater acelerado do coração,
as borboletas na barriga e a incerteza do amanhã (eu queria).
Eu quero.
Eu desejo.
Eu sei...que vou conseguir pintar o amor com as cores das bandas desenhadas.


Eu quero.
(Eu não sei se vou conseguir.)
(Mas eu quero...)

6 de Julho de 2011