quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

dois mil e onze




Dois mil e onze, um ano de transformação. Se à um ano atrás me perguntassem se era isto que eu estava à espera para dois mil e onze, prontamente e de forma clara eu diria: ''NÃO!''.
Marcado por um começo bastante atribulado, diria até dissimulado, sem sentido quero eu dizer. Chorei como nunca havia chorado antes, sofri por amor mas o mais importante é que cresci e aprendi que no amor o hoje pode não se o amanhã e o amanhã pode perfeitamente ser hoje e até mesmo «sempre». Agarrei-me de forma a ignorar o que estava à minha volta, a vida. Esta que tinha deixado passar nos três meses antecedentes, arrependimento? deito para trás das costas, sou a primeira a defender a célebre frase '' não devo arrepender-me do que fiz, mas sim do que deixei para fazer''. As pessoas aprendem com os obstáculos que têm de ultrapassar, com a ajuda daqueles que nunca me viraram as costas e já lá vão os anos superei bem depressa, mais do que estava à espera, cheguei a pensar que estava a ser fácil de mais. O ano prosseguiu, consegui de certa forma deixar os meus pais orgulhosos de mim, afinal o primeiro ano de universidade, uma experiência nova corria melhor do que esperava. Aprendi a gostar da minha escolha, e a fazer dela o futuro. Hoje, sinto-me feliz. Como caloira, vivi como antes nunca o tinha feito, aprendi a olhar por mim mas a cima de todo sempre em mente que todos juntos somos muitos, ali «somos um» aprendi com os melhores e hoje ''ensino'' o que com raiva, determinação, coragem, medo, lágrimas e muitos outros substantivos que poderia referir, praticando.
Juntei-me ao ''grupo'' - Família, tuna feminina da universidade Portucalense onde apliquei o espirito de inter-ajuda que sempre fui habituada a lidar no meu dia a dia, ali sem máscaras e com a vantagem de juntar uma das coisas que mais gosto de fazer, cantar, depois de fazer por ser FELIZ claro. Inicialmente sentia uma ligação que a pouco e pouco se foi desmoronando, dizem-me que é normal e que toda a gente passa por esta fase, mas não era esta a ideia que eu tinha nem a qual me impulsionou para me juntar a elas. Aqui está bem presente, que o hoje pode perfeitamente não ser o amanhã. As pessoas evoluem, umas sem deixarem de serem quem são outras esquecendo-se do que um dia já foram (mas isso guardo para saber em 2012). Foi sem dúvidas um dos melhores momentos do ano (vida) desde as atuações, as coreografias, os abraços, as praxes, o espirito, a amizade, a subida a caloira tudo com o seu lugar. Um dia eu disse, ''há coisas que não se explicam por palavras, sentem-se'' e esta é uma dela. Obrigado meninas por fazerem parte de um pequeno pedaço de mim.
Tive o meu momento de reflexão deixando para trás algumas coisas que eram bastante importantes para mim, mas hoje agradeço ter tomado essa decisão porque só me tornou mais forte para continuar e aos dois anos puder juntar ''mais'' um.
Um ano de muito trabalho.
Férias, aproveitadas até ao último raio de sol. Se não foram as melhores, foram sem dúvidas das melhores. Trinta e cinco dias no sul? Toda a gente devia experimentar!! Como sempre momentos com os ''de sempre''. Amizade que fortalece a cada dia, mesmo que a ausência seja sentida, sei com quem posso contar. Se eu cair, não fico muito tempo no chão!
O inicio de um novo ano da universidade e mais uma etapa para conquistar, só agora está a começar mas em 2012 promete.
O mais importante, e que já havia descartado à muito tempo foi a (re)descoberta do amor. Se eu achava que seria possível? Não. Às vezes ainda dou por mim a pensar se não passa de um ''sonho'' pode parecer piroso, mas não encontrei palavra mais correta para o que estou a sentir. Eu voltei a acreditar, e sabe bem acordar assim.
Mais um ano a terminar, experiências completamente novas, pessoas diferentes, história sem um final feliz, gestos na hora certa, palavras que tocam, momentos iguai, momentos diferentes, as mesma pessoas, um novo objectivo uma história nova. Assim se resume (muito resumidamente) a narração de um ano cheio. Sim, «cheio» parece ser a palavra correta para o dois mil e onze.


Com os de sempre e para sempre. Mais um ano.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Eu cresci, eu cresci depressa demais.


Não quero ser heroína. Tive de crescer, fui obrigada a crescer. Enquanto lá fora as crianças brincam com bonecas e carrinhos e têm uma mente lavada eu tive de crescer. Enquanto os meus amigos vivem sem grandes preocupações a minha mente está cheia delas, enquanto hoje a noite é para dançar eu danço mentalmente.


A vida prega partidas e a grande vitória é conseguir sair delas com a impressão de dever cumprido, sou uma mente de sorriso na cara sempre pronta a ajudar o próximo e nunca deixando de dar a mão a quem dela precisa. Hoje sou eu quem precisa de uma abraço, de uma palavra, mas elas chegam de uma maneira que soa bem ao ouvido mas que no fundo eu não o quero ser, ''tu és uma heroína''. Eu não quero ser uma heroína quero viver no meu tempo.
Parece-vos egoísmo eu querer viver no meu tempo? A vida desde a chegada deles deu uma volta tão grande que eu já nem tenho a capacidade de voltar atrás e saber como era viver sem sentir que sou precisa ali naquele momento e que se falhar a culpa vai ser minha pela desunião, pelo próprio medo e pela vontade de viver. Cada vez é mais difícil compreender quem não tem a capacidade de perdoar, as pessoas erram, as pessoas manipulam, as pessoas mentem, as pessoas envelhecem, as pessoas não mudam, as pessoas acham-se o centro da razão, as pessoas não sabem perdoar mas isso não pode ser desculpa para que eu não o faça. Porque saber perdoar é saber crescer enquanto ser humano. Eu perdoo. Eu faço de conta que não ouço. Eu viro a página. Eu abraço. Eu dou amor. Mas porquê, eu e sempre eu? A minha mãe diz que é a minha obrigação, mas eu não pedi isto. O meu pai acha que faço bem, mas eu queria fazer-lo sem sentir que estou a ser obrigada. A minha irmã não se importa e acha que a arrogância a vai fazer vingar e crescer (eu acho que ela deixou de crescer quando tinha 10 anos) e a outra irmã é o elo mais fraco e por isso tem de ser preservada, isto é, alheia do que está a acontecer. No meio de isto tudo sobro eu, que ouço de um lado, ouço do outro e do outro, vejo o que se passa e tento remediar a situação usando as palavras certas nos momentos certos mas elas não são o suficiente no mesmo instante são praticadas de outra forma e isso magoa. Eu cresci, eu tive de crescer. Eu só queria uma semana como era o antigamente, ter tempo para olhar o espelho e pensar hoje o dia vai ser bom e não vai faltar tempo para tudo. Agora não é assim e está longe de ser, eu acordo e quando me vou deitar só penso que não tive tempo para nada e fiz tanta coisa. A vida é assim. E eu cresci depressa de mais. Hoje sou mãe, pai, irmã (que acha que tem razão), avó, avô, protetora e porque é que não sou filha, neta, protegida e irmã apenas.

Porquê?

sábado, 1 de outubro de 2011

Eu quero...e (não) vou conseguir.


Um dia ele vai descobrir...
um dia ele vai descobrir quem é o amigo que lhe falei. (Eu disse-lhe em tom de conversa.) Quando esse dia chegar eu já não sou nada para ele e ele vai continuar a ser tudo para mim.

Como se isto fosse assim, passam-se meses e nada muda, como ele disse no passado - '' tu não me consegues odiar''. O pior (penso eu, quando tenho pensamentos abstratos) é que não consigo mesmo.
Só quero ter a força do vento, ter a força do vento para levar embora esta poeira que se cravou na alma e não me dá liberdade para amar.
Eu quero.
Eu desejo.
Eu sei...que vou conseguir amar (de novo).
Nesse dia espero não meditar ''foi tarde de mais'', tarde de mais.
Nesse dia terei a certeza que as feridas estão saradas e que a definição de homem (para mim) está pronta para ser redefinida.
Eu não quero segurança,
quero paixão,
quero o bater acelerado do coração,
as borboletas na barriga e a incerteza do amanhã (eu queria).
Eu quero.
Eu desejo.
Eu sei...que vou conseguir pintar o amor com as cores das bandas desenhadas.


Eu quero.
(Eu não sei se vou conseguir.)
(Mas eu quero...)

6 de Julho de 2011

É...abismo


Abismo, cai quem não tem coragem de se atirar.
Eu não sei, se quero cair ou atirar-me de cabeça. Sentir o vento a fluir e sorrir.



É liberdade que lhe chamo.
É amor que eu vejo.
É ódio que eu sinto.
É verdade que eu quero.



O abismo não é mais nem menos, é mais e é menos. O abismo é o abismo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fechei-te num espaço que esqueci. Apaguei-te pelo momento que não te vi. Acreditei que não te conheci. Falei e nem te prenunciei. Vi-te e desmoronei.
Porquê? Pergunta que tão cedo não havia entrado no meu abecedário, quando me pedis-te que falasse calei-me quando estavas em silêncio ansiei que fosses tu! O silêncio. Não se quebrou permaneceu, permaneceu até quando? Não sei, e quero saber? Não sei. Dúvidas? Amor? Desilusão? Confusão.

A educação não é um negócio, nem a vemos como ócio

Tentam agradar a gregos e troianos, mas nós so nos vemos na ruina, acham que isso nos fascina?

Chegou a altura de encarar esta realidade, não queremos a vossa piedade nem tão pouco esperamos a vossa lealdade, juntamos-nos para lutar, o nosso futuro vocês estão a tentar arruinar, mas quem é que vocês querem enganar?

Tens de ser tu a aprender dizer não, Todos lutamos pela nossa educação,E aquele que se julga o patrão,Não é mais do que nós, não

Ele com ela decide, Mas nem sempre neles a razão reside

Temos de lutar para conseguir, uma educação justa,lutar não custa

Vamos mostrar que quando nos juntamos, Nos acreditamos

Estamos tods juntos para nos defender

E venha quem vier, estamos nisto a valer e acreditamos que juntos podemos vencer

É certo e sabido que são eles que têm poder

Mas a nós, não nos basta querer

Por isso vamos dar as mãos e lutar com o coração

Pois tudo isto é complicado e para eles nós temos um comunicado

‘’não somos apenas numeros de uma equação, nem uma realidade virtual que vcs nao sabem resolver, não somos um programa do reino animal e vamos fazer a nossa verdade valer,somos pessoas que vamos á escola para aprender a viver neste mundo injusto que a muito custo nos deixa sobreviver, nao queremos ser julgados nem tão pouco derrotados,por isso nos juntamos para fazer da educação, melhor sitio que a prisão, nao somos reclusos, nao matamos ninguem, nao façam de nós refem’’

olhem por nós, acreditem em nós, pois nos ja deixamos de confiar em vós, se querem lutar e ver o mundo mexer

tentem compreender que tudo o que estão a fazer, so nos faz sofrer

por isso pensem, repensem e julguem o certo

pois não podem brincar com o nosso futuro incerto, voces bem sabem que não tentam fazer o correcto e eu a dificuldade da vida acarreto não tentem fazer de mim um ser inssurreto apenas luto pelo bem da sociedade e juntos nós fazemos uma comunidade por isso lutamos e abrimos o nosso coração com grande sinceridade, so procuramos soluçõese resultados para cada uma das nossas equações.

Acreditamos que este mundo está em remodelação, e por isso vamos em frente com esta manifestação

Podia ser evitada, mas vocês não nos dão a solução.

segunda-feira, 28 de março de 2011

...uma vida de cada vez!







A cidade está vazia, aparentemente o ruído é apenas fugitivo aqueles gritos de homens que lutam por um dia de cada vez é fixado no silêncio do frio da noite. Seres humanos? Sim. Iguais a mim que hoje vos escrevo. Ainda dizem que somos todos iguais, dizer é fazer. Mas quando olho no meu redor sou capaz de ver as diferenças e não são elas tão pequenas quanto isso. Cada rosto descreve uma história. Cada pessoa vive de maneira diferente. Somos todos iguais? Mais uma vez desminto. As portas fecham-se, as ruas parecem cada vez mais pequenas para tanta gente, a comida escasseia, o frio aumenta, os olhos choram, as crianças deixam de brincar, os idosos deixam de conseguir andar, a solidão é uma dor, a vida não é justa.
Mãos à obra, parece ser pouco mas para estas pessoas cada gesto é uma permanência. As diferenças são postas de lado e o coração é que nos comanda, guia-nos por este caminho de voluntariado. Um prato quente para quem já não come há dois dias ou até desde a hora do almoço do dia anterior, um kit que tem de durar até à próxima visita, um iogurte para uma criança que pede comida, um copo de cevada quente para ajudar a passar a noite, roupa porque o frio atraiçoo-a são uns atrás dos outros, cada um com a sua história e nós colocamos as diferenças de lado e damos um abraço a um ser como nós (aparentemente) porque ele por dentro tem alma irrequieta, que luta. Muitos sonham com o dia de amanhã, o sol a raiar pela ''janela'', uma luz no fundo do túnel uma vida sem diferenças. Esse dia pode chegar, ou não e nós? Seres humanos que chegam a casa depois de um dia de trabalho sentam-se à mesa em frente de uma refeição, comem e se for preciso deitam os ''restos'' ao lixo porque para amanhã já não serve, temos a rotina de no mínimo quatro refeições, a cama é quente no inverno, as paredes são aconchegantes e o frio fica da porta para fora, nós. O coração palpita só pelo simples facto de estar a pensar que ainda à umas horas estava lá fora a tentar dar um pouco de qualidade de vida, e agora em casa no calor da família, coberta dos pés à cabeça penso naqueles pobres seres humanos que passam a sua noite ao relento, que andam descalços porque lhe roubaram os sapatos e eu com a sapateira cheia, um prato quente arroz com frango que se eu quiser desço até à cozinha e faço eles têm aquele instante para decidir se querem ou deixam para outro, os cobertores que estão velhos, rasgados e que deixam entrar o frio comparados ao edredão da minha cama são apenas os lençóis que neles me deito. Hoje, aprendo a dar valor a cada pedaço de pão que quando cai ao chão é deitado no lixo, a cada cobertor que tenho na cama ou até perdido no sofá, a um colchão em comparação a camas de papelão.
São histórias de vida, são momentos.
São pedaços de seres, famintos e com frio.
São pedaços de céu, são lamentos.
São corações à deriva.
São pessoas que choram, são pessoas.
São pessoas à procura do mapa que os vais guiar...
iguais a nós.
Como lema, uma vida de cada vez...Deus que olhas por mim, olha por eles que precisam do teu coração, do teu acreditar e acima de tudo da tua força para viver...um dia de cada vez.
‎''Quanto mais partilhamos com simplicidade o que temos, mais o nosso coração se torna acolhedor para com aquelas que nos rodeiam.

Tornar sempre as coisas simples permite acolher, mesmo com muito pouco.''

por Maria João Magalhães uma ''recente'' voluntária pelas ruas do Porto com o apoio de ''ADRA-Ermesinde''
Obrigado!

sábado, 12 de março de 2011

parada e atenta à raiva do silêncio...


Nunca me tinha debruçado com afinque sobre este assunto em especial, já passou pelas minhas mãos de variadíssimas maneiras, no seio familiar em acto de voluntariado em visitas ocasionais diversas formas de os trazer para junto de uma alma cheia de vida e alegria para distribuir, a minha. Os idosos, aqueles que passeiam pelo jardim passo a passo e sem pressa, que jogam às cartas no café e soltem grandes gargalhadas, que não dispensam o seu café com cheirinho depois da refeição que vivem o hoje com o medo que o amanhã não chegue. Depois ainda existem aqueles que foram abandonados à pobreza de sentimentos, à solidão, ao fracasso esses que eu sempre tive pena e me orgulhava por não fazer parte dessa parte desprovida de sentimento para abandonar um ser humano ao relento da vida. Estava a ser precipitada. Estava, hoje sofri na pele e entrei para a estatísticas do nosso país das pessoas que abandonam os idosos, voluntariamente? Não. Mas de que é que isso interessa? Eu fui capaz, cobarde, eu fui. Nunca digas nunca sempre ouvi eu dizer de grandes pensadores e sábios seres humanos ou desta água não bebereis. É a mais pura das verdades, não se sabe do que vamos ser capazes no amanhã.

Foi viagem mais silenciosa de sempre, três pessoas no carro e todos a pensar de forma diferente e eu estava lá no banco de trás a esconder o rosto coberto de lágrimas, não que me envergonhe de chorar nada disso apenas porque eu não queria que nada daquilo estivesse a acontecer, mas estava. De chegada o meu coração sentiu-se apertado de tal maneira que me bloqueou a fala, subi as escadas mais uma vez em silêncio e sem demoras depressa se abriu a porta e lá estávamos nós.

Aquela casa ''vazia'' de sentimento, no momento em que a chave entra na fechadura e a porta se abre e as lágrimas se derramam de uma forma compulsiva, aquela casa não estava sequer em condições para uma vida...faz-se o que estava planeado e chega a hora da despedida. ''Adeus meu pai, lembre-se que hoje é o diga em que o seu filho vai ser ''enterrado'', o seu filho morreu.'' -''Morreu?- repetia ele. E não volta? - questionava-se'' ''Não, ele morreu e não volta.'' ''E a filha do meu filho também morreu?'' não consegui processar nenhuma palavra beijei-lhe a face gélida e saí a correr escada abaixo. Entrei no carro com o coração em mil pedacinhos, olhei o meu pai e permaneci em silêncio, o carro arrancou e eu nem consegui olhar para trás...uma volta ao quarteirão e dou por mim a espreitar as traseiras, sombrias como se abandonadas até aquele dia. Na media em que o caminho ia ficando mais longo bateu-me forte no coração e pedi em forma de desespero que voltássemos, do outro lado era evidente o temor que era deixar para trás um pai que nos fez brotar a este mundo ''O meu paizinho, que já fez tanto por mim, o meu paizinho ali sozinho.'' - dizia ele a chorar como uma criança. Eu do outro lado pedia ''Só mais uma noite por favor, só mais uma noite.'' mas o carro não voltava para trás e eu perdia a esperança de voltar e ir a correr para os seus braços e pedir-lhe desculpa por me ter ido embora sem olhar para trás.

De chegada a cada mais uma vez o silêncio era o prato do dia, aquele lugar do sofá estava vazio a manta estava enrolada do seu lado como ele fosse voltar com o cair da noite, depressa subo as escadas e a sua cama estava vazia, os armários sem roupa e ao jantar faltava um prato à mesa junto do canequinha do vinho. Era verdade, era real ele hoje já não ia voltar. E amanhã? É mais certo que nem amanhã, nem nunca.


Já perdi tantas pessoas de forma tão diferente e esta não tinha de ser assim, mas foi. Eu estava lá, eu vi, eu consenti, eu deixei, eu fui cobarde, eu consegui, eu fugi, eu chorei, eu implorei e não fiz com que ele voltasse. EU.

Tenho tanto medo. Medo da velhice não das rugas mas da solidão. Tenho medo de nunca mais o olhar nos olhos e lhe dizer que o adoro, tenho medo de o ver partir e não estar do lado dele, tenho medo. Eu já estava habituada a vê-lo todas as manhãs, a assustar-me com ele quando saí-a de casa para ir para a faculdade, de lhe encher o copo e ele pedir mais, de lhe dar um beijo de boa noite e saltar para a beira dele, eu já estava habituada. Mas a personalidade é muito forte e nesta idade não muda, tão forte que o levou para longe de mim sem hora marcada para o regresso. Eu vi-o partir sem dizer que gostava muito dele.


Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.


sábado, 29 de janeiro de 2011


«Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.»

Madre Teresa de Calcutá

Mais um ano, 365 dias, 8.760 horas 525960 minutos,31104000 segundos mais coisa menos coisa! Agora multiplicado por dois...




terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O amor não é o que se diz, é o que se faz...


Vira-se uma mente perturbada (doença) eu não consigo ver a luz.
Pergunto: Porquê?
E diz-me como se fosse por impulso - Posso fazer uma pergunta? (respondo com o olhar no maior silêncio)
Ele pergunta: O que é o amor?
Fico emocionada, porque acaba de me perguntar o significado de 'algo'' que havia praticado toda a sua vida e não se tinha dado conta...a luz aparece como se de longe se visse e eu sem demoras respondo: O amor não é o que se diz é o que se faz.
Olhou-me e procurou a luz, seguindo o seu caminho sem olhar para trás.
(suspiro)

Como é que é possível um praticante de puro amor, ou de amor puro como lhe queiram chamar não reconhecer o seu significado? É possível.
Não de todo uma entendida deste assunto, mas já senti o que era o amor de diferentes maneiras é certo, eu senti e pratiquei. Sempre aprendi a ouvir antes de falar, mas nem sempre fui ao encontro deste ideal, arrisquei e perdi. Acontece, porque afinal tudo acontece porque tem de acontecer.

Em modo de conclusão, e não digo só saber o que é o amor eu própria já 'fiz o amor', no mais pequeno e singelo gesto de amor, aquela criança que estava a chorar e fiz rir, aquela amiga que perdeu a esperança e eu fiz acreditar nela mesma acima de todas as coisas, o avô que com olhar entristecido reclamou porque já não lhe dou o beijo de boa noite desde aquele dia. deitei-me do seu lado e contei-lhe uma história, entre estas e muitas coisas eu já fiz o amor.

O amor não e apenas e só dizer, Gosto de ti, Estás linda hoje, Adoro-te, És a melhor namorada do mundo, Tinha de encontrar alguém assim como tu - Perfeita para mim, Obrigado.
O amor é fazer com que gostes de mim, pôr-me bonita para ti, ser sempre genuína, fazer gestos de carinho espontâneo, fazer um idoso rir, uma criança chorar de rir, cócegas para nos divertir, fazer as escolhas certas ou erradas.


O amor é mais do que possa dizer o amor é até onde estás disposto a ir para fazer . O amor não é isto, é aquilo. O amor é. (ponto)

Saudade...

...é olhar-te todos os dias e não te poder ter, querer-te e não te poder ver, ler-te e não conseguir escrever.


Saudade é isto e aquilo, mas afinal o que é mesmo? É ver partir alguém sem regresso, isso é o que é a saudade para mim. Vivo agarrada à crença que te vou encontrar um dia quando tiver chegado a minha hora, mas ao mesmo tempo sinto-me a pessoa mais egoísta do mundo por lutar a cada dia que passa a adiar esse reencontro. ''É a lei da vida...''-dizem os entendidos da matéria, mas é muito mais do que isso, são anos sem resposta, anos de lágrimas isoladas sem conseguir explicar o vazio que me envolve. Às vezes gostava de ter a força que imagino ter para conseguir seguir em frente sem olhar para trás, sim olhar para trás e sentir-me culpada por não te ter dado o último abraço porque acreditava que ainda íamos caminhar na margem do rio a olhar os peixes e o sol a brilhar e tu a sussurrares-me ao ouvido que um dia ias ser o sol para me aquecer o coração e iluminar o meu caminho, ao mesmo tempo este sentimento de culpa cada vez que me lembro daquele dia em que corria de trás para para a frente e da frente para trás em tal euforia e o telemóvel tocou eu vi quem era e disse: ''Fica para amanhã.'' e não ter ficado... Esse telefonema que te podia ter salvo (se é que isso era possível)sinto-me egoísta ao ponte de não me conseguir perdoar e do medo que tenho de contar um dia a alguém que eras tu naquele dia. Eu sei que tu me perdoas e não me julgas, mas eu não me perdo-o (desculpa) nem nunca hei-de conseguir eliminar este sentimento de culpa. O tempo que podia estar a partilhar contigo de te ter do meu lado como ponto de abrigo, como melhor amiga e ombro para em descarregar as minhas frustrações, chorar quando me apetecia. Eras tu!

Era contigo que eu me imagina a aparecer nas revistas, com os nossos designes, era contigo que eu queria partilhar tudo. E agora? Estou sozinha? Não literalmente, falo em sentido metafórico porque na verdade tu e ela nunca me deixaram. Eu sei. Eu sinto.
Nunca mas nunca me vou esquecer. '' Porra miúda, desafias-te a tua mãe para seguires o teu curso? Fizes-te isso tudo? És forte, és igual a mim.'' Nunca te disse isto, mas foste sempre o meu ídolo, eu admiro-te tanto , até na forma de ''me'' deixares tinhas de ser diferente...tu sempre marcas-te pela diferença até à última...


E agora? Como explicam a uma miúda de 12 anos que perdeu a sua Heroína? - ''É a idade, já estava na na sua hora.'' ok? Não.

Como explicam a alguém que acaba de atingir a ''maior idade'' - 18 anos- que de um segundo para o outro e sem contar perde a sua Ídolo? '' Ela tinha as suas ideias fixas.'' ok? Não.


Sim sou egoísta! Mas acima de tudo em não desisto, eu quero ser um orgulho, se não for de mais ninguém que seja delas. Elas apoiam-me a cada passo, elas conhecem-me. Elas, Eu!

Saudade? Sim muito, mas acreditem desde que me identifiquei com esta frase nunca mais a apaguei - ''Morrer é apenas não se visto.''


Siga caminho...

domingo, 16 de janeiro de 2011

até já


Mais um ano passa e esta data é vincada pela estrela que mais brilha no céu :) Estás do meu lado, eu sinto! É tu que me guias, eu sinto! És a pessoa que me leva a acreditar que não estou sozinha a cada passo que dou, eu sinto! Hoje as estrelas estão mais brilhantes no céu, mesmo assim a tua brilha mais, eu vejo!


Mais um ano passa e a saudade é eterna, sabes aquela saudade que tenho guardada desde o dia que partis-te sem me deixar uma carta de despedida? Sim é essa saudade que me invade todos os dias quando te olho por dentro, conheceste-me como ninguém e desde sempre foste o meu ídolo sempre te disse em segredo que quando fosse grande queria ser como tu, meiga, inocente, fiel a si mesma, capaz de ultrapassar qualquer barreira de sereno olho azul e muito atenta sei que nunca irei ser cópia fiel do que foste mas honrarei para sempre o teu nome. Sabes bem a alegria que me invade quando levito pelas ruas e ouço ao longe ''ela é igual à sua avó Luísa'', é um alegria, sinto o coração a palpitar porque era tudo o que eu mais queria ser parecida contigo.
Os dias passam e deito-me a pensar em ti, levanto-me contigo no pensamento e quando a saudade aperta adormeço ficticiamente agarrada a ti, das-me a calma que eu preciso para os dias de mais agitação. Ainda no outro dia foi em ti que fui arranjar forma para me reconhecer de novo, eu sei, eu senti! Não me vou alongar nas palavras, pois tu sabes o que te escrevo em mente de silêncio. Tu sabes, eu sinto. Tu lês eu vejo.


Este já foi um dos piores dias da minha vida, hoje recordo-o com saudade e vontade de voltar atrás, mas sei que ela olha por mim e que está bem melhor num sitio tranquilo à minha espera.

Como sempre, até já :)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

É assim...




Então o dia de hoje pode mudar o de amanhã, acreditem na experiência de alguém que sabe do que fala. Não me lamento pelos segundos que vivi, pelas histórias que escrevi, pelos poemas que li e até das prendas que fiz para ti, o arrependimento vem à cabeça mas não se concretiza porque cada um vive da maneira sabe e aprende a viver da maneira que quer! A felicidade não dura para sempre tal como o sofrimento não é eterno por isso devemos sempre aprender com cada perda porque só elas nos dão alento para seguir em frente, deitar cá para fora o sentimento que nos corroí o coração, não é pecado chorar, é apenas a demonstração de um sentimento puro. Ser magoada é mau, mas o que está por detrás de tal acto pode justificar cada minuto que me fez sentir mal, não quero com isto dizer que dou razão, não dou nem tiro, porque não encontro uma justificação plausível. A minha avó sempre me ensinou a ir atrás das minhas convicções é por isso que eu não desisto do batimento cardíaco que não me deixa sossegada durante a noite e me acelera durante todo os dia, o coração não bate sem motivo ele tem uma razão que cada um desconhece, mas que arrisca ao tentar adivinhar. Estou feliz? Não. Mas estou no caminho certo para mais tarde olhar para trás e pensar que fraco é que desiste sem nunca ter tentado. Sou dura de roer? Sou. Quem atravessa o meu caminho tem sempre um motivo por isso não o pode abandonar como se nada se tivesse passado, chega de escolher o caminho mais fácil. Chega de não ultrapassar obstáculos, chega de não acreditar que as coisas acontecem com um acaso. Chega. Chega. E chega... Não me condene por acreditar, por lutar, por o que quer que seja porque eu não feita de aço e tenho sentimentos...

...podem dizer o que quiserem nada me vai conseguir demover de esperar.