quarta-feira, 17 de março de 2010

Ser criança, na casa da estação.




É fácil escrever quando o batimento cardíaco acelerado nos leva a uma meditação interior. Hoje eu senti que tinha de o fazer, não sei bem por onde começar, sem tema sem história é como ser deixada ao relento num deserto. Á minha volta só encontro o claro da luz, os moveis vestidos de castanho velho e uma luz envergonhada numa coluna de mármore, o ipod sobrepõe a decoração e os livros com pedacinhos de borracha e riscos que fiz com o aristo. Tudo isto se torna um pouco controverso, porque não me servem de inspiração a única sensação é de vazio. Olho á minha frente e encontro retratos de infância, de phones nos ouvidos recordo com saudade os belos dias de inocência, debaixo de uma imensidão de incertezas, diria que tenho poucas memórias, poucos são os retratos que me ficaram. Aquele jardim verde com o lago de peixes laranja rodeado de uns arbustos verdes, 'recheados' de caracóis. Todos os domingos no almoço de família, lá se juntavam as crianças a apanha-los, muitos concursos se fizeram. A casa pequena e cheia de gente, a janela que dava para o jardim e me levava a contempla-lo. A porta do quarto que dava para toda aquela azafama diária de uma estação de caminhos de ferro, todas aquelas pessoas, cada uma com uma expressão diferente feliz, triste, havia sempre alguém que reparava em mim e me acariciava com doçura. É tão bom ser criança inocente, sincera. Do acordar ao deitar era um dia de sorrisos, de emoção, de felicidade. É desta doçura de ser criança que me levo a ter saudade. Não só o lugar que se apagou num segundo por obras do homem, mas do sentir que era livre, que era criança. Uma criança feliz que não imaginava pelas trevas que o futuro lhe reservava.
Tenho saudades da casa da estação, de ser criança sincera e feliz.

3 comentários:

PAULO BATEIRA disse...

Felizes os que perderam tempo como se perdessem o comboio. Felizes são, suspensos num tempo que subsiste. Felizes os que sabem como se deve perder o tempo. São «loucos vivos» [F.N.]. Que haja um Homem que encontre a sua verdade e a saiba comunicar.

Paulo Bateira

Anónimo disse...

Tens aqui um grande texto. Muito giro. Quem me dera ser criança.
Gostei tambem do teu blog. Ganhaste uma seguidora.
Beijo

continuando assim... disse...

Convite
O livro "Continuando assim...", foi maltratado...

Resolvi por isso, e porque tanta gente não encontra o livro onde deveria estar (nas livrarias), recontar a história
Lá no …. Continuando assim…

Vamos em metade da história, o livro reescrito, não está igual (nem poderia!) ao que foi editado.
Obrigada a todos os que vão seguindo ( pois só assim vale a pena).
E já lá vão mais de 200 comentários de pessoas tão diferentes umas das outras…
Um obrigada especial a quem ainda não conhece, e chega de novo

Mais uma reflexão em relação a todo este assunto, e um conselho, se é que me é permitido:

--- quando vos pedirem dinheiro para editar as vossas palavras, simplesmente digam que não ---
BJ
Teresa